Que é preconceito, disso ninguém duvida. Não devemos julgar alguém pela aparência antes de conhecê-la, são os chamados estereótipos: você olha a capa e julga o conteúdo do livro. O problema é que alguns - ou a maioria? - dos rótulos não correspondem àquilo que guardam por dentro.
Aos quinze anos, por exemplo, com cara de anjo, impressionei um amigo quando disse que eu era ‘mala’ em português. Tradução: eu sabia muito essa matéria. Ele ficou bem assustado, pois não era esse o vocabulário que esperava de mim. Ou seja, me julgou pela capa.
Pesquisei. E a explicação mais plausível que encontrei para essa associação entre loiras e burrice foi a da imagem transmitida pelo filme “Os homens preferem as loiras”(1953) cuja atriz, Marilyn Monroe, interpretava uma loira burra e fútil.
É lógico que não há relação alguma entre a cor do cabelo e o nível de inteligência. Mas é obvio que uma mulher que passa horas a fio em um salão de beleza tingindo as madeixas, seja loiro ou azul; no cirurgião plástico fazendo intervenções desnecessárias no corpo; na academia fazendo mil agachamentos, não encontra tempo para embelezar o cérebro.
Veja bem, viver de forma saudável é uma coisa, ultrapassar este limite e viver em busca do corpo perfeito é obsessão.
Curiosamente estou loira e creio que o descolorante ainda não afetou meu cérebro. Mas com o passar do tempo, vou me permitir ser menos exigente, pois ao invés de sentir-me deslocada nas conversas de um salão de beleza, prefiro ler um livro, bater um bom papo ou até mesmo dormir.
As pessoas dedicam muito tempo e dinheiro para embelezarem-se. Mas a alma, nenhum esteticista consegue alcançar.
Amanda
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