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11 de set. de 2011

"Ao vencedor, as batatas"

 

Uma imagem pode dizer muito. E esta, nesse momento da minha carreira, e de muitos  professores, representa o poder valioso de um livro, do estudo, da leitura, do senso crítico... ou melhor, essa foto representa mesmo é a falta disso tudo na vida de um povo.
Se no Brasil, a escola não tem valor e é destino de jovens por obrigação somente, se ela é desinteressante, desmotivante, repetitiva, antiquada, tradicional, chata, teórica, sucateada... que valor tenho eu? Que magia terão minhas palavras em sala de aula? Com que paixão exercerei meu trabalho? Qual é a vocação que irá me fazer resistir?
Discurso de professor, todos já ouvimos, esse é só mais um. Da situação inescrupulosa da educação pública, todos já sabem, já passou no Faustão, muitas greves denunciaram. Então por que ninguém faz nada?

A aprovação da lei do piso é importante, pois há lugares em que não se paga nem isso. Mas convenhamos, pois como me disse um amigo, hoje, “esse piso salarial está muito mais pra poço”. (Carga horária de 20horas= $ 593,00)
Reclamamos muito dos Sarney. Eles irão sair. Então, que outros Sarney virão depois destes? Esse não é um problema somente nosso. Acontece no Ceará,  RN, MG, RJ. Todos negam aquilo que é nosso por direito.
Esse bebê lendo Nietzsche é lindo. Mas, olhando a minha volta, fico pensando: o que herdarão nossos filhos? Será que vale a pena indignar-se? Não seria muito cômodo conformar-me? É medíocre essa fala, eu sei, mas enquanto todos os níveis municipal, estadual e federal NÃO brigarem  juntos não só pelo que está na lei, mas pela valorização do magistério do Brasil, nossas vozes serão sempre abafadas por quem vive às custas do nosso dinheiro.

1 de set. de 2011

As mil de faces de Fernando Pessoa

Fernando Pessoa, depois de Camões é o maior poeta português em quantidade e qualidade de publicações. Diferenciou-se de todos os outros por assumir heterônimos ao escrever. Hetero=outro; ônoma =nome, ou seja outros nomes.
Pessoa inventou outros poetas e, a partir da ótica pela qual esses poetas viam a vida, escrevia suas poesias.
Alberto Caeiro e Álvaro de Campos são exemplos das muitas outras faces que o poeta assumiu.
Já este poema, abaixo, é do próprio Fernando Pessoa.

Onde você vê um obstáculo,
alguém vê o término da viagem
e o outro vê uma chance de crescer.
Onde você vê um motivo pra se irritar,
Alguém vê a tragédia total
E o outro vê uma prova para sua paciência.
Onde você vê a morte,
Alguém vê o fim
E o outro vê o começo de uma nova etapa...
Onde você vê a fortuna,
Alguém vê a riqueza material
E o outro pode encontrar por trás de tudo, a dor e a miséria total.
Onde você vê a teimosia,
Alguém vê a ignorância,
Um outro compreende as limitações do companheiro,
percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo.
E que é inútil querer apressar o passo do outro,
a não ser que ele deseje isso.
Cada qual vê o que quer, pode ou consegue enxergar.
"Porque eu sou do tamanho do que vejo.
E não do tamanho da minha altura."

POEMA DO TEMPO

O escritor de poesias para crianças,  Ricardo Azevedo, mostrou-nos que é possível em poesia de gente pequena, falar de assunto de gente grande. O Poema do Tempo trás temáticas com a efemeridade da vida, o valor das pessoas e das coisas simples.
 

Tem o importante que sabe que é comum
Tem o comum que se acha importante
Tem o diamante que sabe que é pedra
Tem a pedra que se acha diamante
Enquanto isso, o tempo passa levando
comuns, importantes, pedras e diamantes